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Autoridades Proíbem Criação de Aves ao Ar Livre

Marta Machado

1/16/20253 min read

Gripe Aviária em Portugal: Autoridades Proíbem Criação de Aves ao Ar Livre

A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) emitiu um comunicado crucial nesta quarta-feira, 15 de janeiro de 2025, reforçando medidas para conter a propagação da Gripe Aviária em Portugal. Com base em novos desenvolvimentos, todas as aves de capoeira e em cativeiro devem ser mantidas confinadas para evitar o contato com aves selvagens, principais vetores do vírus H5N1. Essa proibição inclui tanto criações industriais quanto detenções caseiras.

Proibição de Criação ao Ar Livre: Um Passo Necessário

De acordo com a DGAV, é expressamente proibida a criação de aves ao ar livre em todo o território de Portugal Continental. Essa decisão segue o recente foco de infecção pelo vírus H5N1 identificado em uma exploração de galinhas poedeiras no concelho de Sintra, onde 55.427 aves foram abatidas para conter o surto.

Embora não tenham sido registrados casos de transmissão do vírus para humanos em Portugal, a medida é preventiva, visando minimizar os riscos para a saúde pública e para o setor avícola, que é um dos pilares da economia agroalimentar do país.

Impacto no Setor Avícola em Portugal

Segundo dados do Millennium, em 2019/2020 o efetivo de frangos de carne no país era de 34 milhões, enquanto o número de galinhas reprodutoras poedeiras atingia 15,3 milhões. Esses números são reflexo de um setor robusto, que se consolidou como líder no consumo de carne em Portugal.

Dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que, em 2022, Portugal produziu 409,8 mil toneladas de carne de aves, o equivalente a 44,9% da produção total de carne no país. O consumo de carne de aves também apresentou crescimento expressivo, alcançando 470 mil toneladas (38,1% do consumo total de carnes).

Segundo Mariana Santos, presidente da Federação Portuguesa das Associações Avícolas (FEPASA), as aves representam atualmente 46% do total de carne consumida no país, superando a carne suína (40,6%) e bovina (11,9%).

Controle e Erradicação do Foco de Infecção

O surto detectado em Sintra levou à implementação imediata do plano de contingência da Gripe Aviária, seguindo a legislação da União Europeia. As medidas incluem o abate preventivo do plantel infectado e o confinamento de todas as aves em alojamentos fechados. Essas ações foram projetadas para impedir a disseminação do vírus para outras regiões ou países, assegurando a segurança do consumo de carne e ovos em Portugal.

Ainda que as autoridades sanitárias de Macau e Hong Kong tenham proibido a importação de frangos provenientes da região de Lisboa, a DGAV garantiu que todas as medidas de controle foram devidamente aplicadas. Segundo Susana Pombo, diretora da DGAV, “os protocolos foram seguidos para assegurar a segurança alimentar e a confiança dos consumidores”.

Gripe Aviária: Transmissão para Humanos é Rara

A transmissão do vírus H5N1 para humanos é considerada rara e ocorre principalmente por contato direto com aves infectadas, tecidos contaminados ou ambientes infectados. Apesar disso, quando a infecção ocorre, pode gerar um quadro clínico grave, motivo pelo qual a prevenção é essencial.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) esclareceu que, até o momento, não há registros de pessoas com sintomas sugestivos de infecção pelo vírus em Portugal. A vigilância epidemiológica, no entanto, continua ativa para monitorar possíveis casos e evitar complicações.

Consumo de Carne de Aves em Alta no País

O aumento do consumo de carne de aves em Portugal tem sido um dos destaques dos últimos anos. Dados divulgados pela FEPASA apontam para um crescimento de 4,8% na produção e abate de aves em 2024, representando um acréscimo de 15.254 toneladas em relação ao ano anterior. Esse aumento reflete a preferência dos portugueses por uma carne mais acessível, nutritiva e versátil.

Mariana Santos destaca que “os números do setor colocam a carne de aves em posição de destaque no mercado alimentício, superando outras categorias de carne”. Essa tendência reforça a importância de medidas sanitárias rigorosas para preservar a confiança do consumidor.

Conclusão: A Importância da Prevenção e Vigilância

A proibição da criação de aves ao ar livre em Portugal é uma medida necessária para conter a propagação do vírus H5N1 e proteger tanto a saúde pública quanto o setor avícola. Com o confinamento das aves e o cumprimento rigoroso das diretrizes da DGAV, é possível minimizar os riscos e assegurar a continuidade da produção de carne e ovos com qualidade e segurança.

O monitoramento constante e a aplicação de protocolos sanitários são cruciais para garantir que Portugal mantenha sua posição de destaque na produção e consumo de carne de aves, ao mesmo tempo em que protege a população de possíveis riscos associados ao vírus H5N1.